segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bibliotecário e educador: novos rumos para a biblioteca escolar

O Brasil é um país que caminha a passos lentos na educação. As bibliotecas escolares em escolas públicas não existem, são meros depósitos de livros á mercê dos bichos e do descaso. Quando existem “é pra inglês ver”, quem as dirigem são professoras, às vezes sem função, e não há o preparo para que os livros estejam disponíveis para a circulação. Nas escolas particulares, o caos não é tão complexo, bibliotecas existem, mas muitas vezes não existe o profissional bibliotecário.
Tomemos então o cenário, em que tudo seja como se deve, escolas com bibliotecas e bibliotecas com bibliotecários. Como então deveria ser conduzida a biblioteca escolar?O bibliotecário é um educador também no contexto da escola?
Pois bem a idéia é que educador e bibliotecário trabalhem juntos para o sucesso da biblioteca escolar, pois “um país se faz com homens e livros.”, já dizia Monteiro Lobato. Pessoas melhores informadas,tem um círculo de amizades maior e maiores são suas chances no mercado de trabalho.
Fazer uma pessoa ter prazer pela leitura não é uma tarefa fácil, e leva anos para que o indivíduo tome gosto pela leitura.Em tempos em que a internet toma cada vez mais espaço nas escolas, e assim conseqüentemente nas pesquisas escolares. O advento da informática facilitou a vida e aproximou as pessoas e países, porém está distanciando cada vez mais os alunos dos bancos da biblioteca, da pesquisa e da leitura.
E o profissional bibliotecário precisa se reciclar dia a dia e usar milhares de artifícios para que seu cliente em potencial “o aluno”, não escorregue por suas mãos e acabe num “control c”, “control v”, feliz da vida, por não ter tido o menor trabalho em executar a pesquisa.
E por estas e por outras, que é de fundamental importância, que os dois profissionais (bibliotecário e educador), falem a mesma língua, tenham os mesmos objetivos e procurem de maneiras irmãs se alinharem na conquista de seus clientes, tornado-os em homens dignos, cultos e sensatos.
E como fazer isto? O bibliotecário teria que tomar novos rumos a sua profissão. Sair de trás das mesas, da função de catalogador, classificador e organizador, para ganhar confiança de seus usuários.
Na Revista Nova escola (jun. 2007), o Professor Edmir Perroti, que também é bibliotecário, fala da biblioteca escolar e de quem seria responsável por este espaço. Ele cria um novo contexto, traz um novo profissional,” o infoeducador”, que não seria nem o bibliotecário, nem o educador com funções apenas pedagógicas, ou seja ele pensou em um novo profissional, para os novos tempos.
E porque o bibliotecário não pensar para si esta nova direção em sua profissão. Aliar o trabalho de organizador com o compromisso de ajudar na educação. Não pensando em dividir território. O bibliotecário trata com o aluno”nos bastidores”, ele que o auxilia nos sufoco de suas pesquisas. Conhece o aluno que lê por obrigação e o aluno que tem gosto pela leitura.
A LDB, no artigo 32, parágrafo I, diz: “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.” Não entendo este pleno domínio da leitura, como saber juntar letras, formando sílabas, que formam palavras, que formam texto. A leitura compreende mais do que saber ler, se tem que ter prazer pelo que se lê, e entender o que lê.
Cabe então ao bibliotecário interagir com o educador, quanto a se criar políticas internas para incentivar a prática cultural da biblioteca entre as quais em organizar amostras culturais, contação de histórias, sessões de teatro e cinema, gincanas de leituras e interpretação, criação de textos. E quando fizer da biblioteca um espaço divertido, agradável, aconchegante, um ambiente prazeroso e conquistar novos leitores. Assim envolvendo-se nas atividades e fazendo com que se torne habitual se freqüentar ou visitar a biblioteca para realizar pesquisas ou efetuar leituras diversas. Esta será com certeza a biblioteca sonhada por muitos e realizada por poucos.

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